[Concurso de Fanfics] Aprendendo a Gemer, de Juliana Arruda





Agora, o de Juliana
^^



FANFICTION
APRENDENDO A GEMER
LEGEND OF RAYTHON
Por Juliana Arruda




M
ais um dia de trovões em Raython.  O céu nebuloso e o clima frio eram proeminentes naquele lugar. O vento gélido que cantava lá fora trazia medo e desconforto para os forasteiros que ficavam de passagem. A população já estava acostumada, então, para eles o vento não passava de um grande amigo de longa data. E era exatamente assim com o Phyreon Thrower, que olhava para além da janela perdido em seus pensamentos. Seus olhos fitavam os céus sem nenhuma estrela, enquanto esperava que suas criadas o chamassem para o banho noturno. Não demorou muito para que aqueles pensamentos dispersassem devido à entrada inesperada de alguém em seu quarto. Ou melhor, de alguns.
— Está o mesmo quejudo de sempre, Phyreon — falou seu irmão, adentrando com três prostitutas. — Me pergunto por quanto tempo..
— O que faz aqui, Lothus? — indagou deixando a janela, aproximando-se de seu parente e rival. As prostitutas sorriram; Phyreon não demonstrou qualquer tipo de expressão. Nos últimos séculos ele não demonstrava como realmente se sentia. Para Phyreon, aquilo seria a chave para entrar em qualquer lugar que quisesse e descobrir coisas inimagináveis, e a única forma de montar uma fortaleza indestrutível era através de sua única carranca. Seus olhos analisaram as meretrizes.
A primeira, de cabelos ruivos e cacheados que estavam soltos, usava roupas negra que eram leves e finas — quase como uma roupa de baixo —, ao mesmo tempo em que um espartilho da mesma cor ajustava seu tronco e parte do busto. Um busto bastante soberbo, ele pensou. Os olhos de Phyreon se perderam em seu decote por alguns segundos até pararem em suas coxas. Suas pernas são finas demais, mas nem tudo é perfeito, concluiu.
A segunda, de cabelos negros presos numa trança, usava o mesmo modelo de roupa que a outra, exceto que pela cor, que era vermelha. Seus seios não eram tão grandes, mas era o suficiente para preencher as mãos dele. Suas pernas eram acentuadas e sua cintura um pouco mais fina. Phyreon se imaginou tocando cada parte do corpo da meretriz, e ficou satisfeito consigo mesmo pela criatividade. Um dia comigo e ela fica sem sentar durante um mês, sorriu maliciosamente em pensamentos.
A terceira e última, tinha os olhos escuros e cabelos presos num coque mal-feito que soltava alguns cachos loiros. Seus seios eram tão soberbos quanto os da primeira e suas pernas eram tão acentuadas quanto às da segunda. Sua estatura era mediana, mas ainda mais alta que suas irmãs de “convívio”. As feições dela não lhe agradaram muito, embora, sem dúvidas, ela teria o mesmo destino da segunda acrescentando outras brincadeirinhas mais divertidas. Uma hora comigo e ela esquece que existe outros homens em qualquer império.
— Esqueceu de nossas apostas irmãozinho?
— Apostas? — Phyreon vasculhou algo em sua mente e lembrou. — Ah, claro. Não sei por quê perde o seu tempo vindo até mim, deveria apenas mandá-las. Claro que vencerei.
— Não seja modesto, Phyreon, mas devo lhe advertir que não irei perder uma noite de prazer com essas lindas beldades — elas sorriram com o comentário. — Aliás, sou melhor que você.
— Não me faça ter ataques de risos Lothus, não estamos num jogo de piadas. Mas antes que eu me esqueça, quem perder cumprirá qual dívida? — Lothus olhou para as prostitutas como se compartilhassem algo, mas Phyreon deu de ombros.
Gemer — disse seu irmão.
— Gemer?
— Sim, o perdedor irá gemer como uma prostituta.
— Não me tomes como um tolo, Lothus.
— Não quer assumir que pode gemer tão bem como elas? — A pergunta fez o brilho dos olhos de Phyreon se tornar mais nítido. Um pequeno sorriso nascia de seus lábios, a única expressão que fizera até agora. Uma única expressão que não demonstrava nada além de determinação.
— Não. Não é isso e você sabe. Só não queria admitir que o meu rival não passa de uma libélula saltitante. É triste, eu sei, Lothus, mas se não fosse por mim sua querida mulher estaria no deserto e cheia de teias. Uma pena você não gostar da flor e sim da bainha.
O quê?! — rugiu. — Blasfêmia! Uma verdadeira blasfêmia! — gritou, ficando vermelho escarlate. As prostitutas estavam gostando da cena dos dois imperadores. Era muito mais atrativo que lhes dar prazer, certamente. O sorriso de Phyreon se intensificou.
— Chocado, “irmão”? Isso não é um terço de onde o — Phyreon bateu em suas partes — Phyphy passou. Não fique indignado.
— Vou calar a sua boca, Phyreon. Garotas, fiquem espertas no jogo. Quero testemunhas diante dos fatos que se ocorrerão — elas assentiram; Phyreon revirou os olhos. — Está pronto?
— Eu sempre estou pronto — Phyreon respondeu-lhe, e então sorriu novamente. — E o Phyphy também, claro.


HORAS DEPOIS...


— Seu grande tolo e idiota, achou mesmo que iria me vencer?
— Foi um jogo repleto de trapaças.
— Não me venha com essa, Phyreon. As garotas estão esperando por mim... nuas, e na sua cama. Como se sente? — ele sorriu satisfatoriamente.
— De escárnio, nada se compara ao lhe ver, Lothus. As prostitutas precisam de homens, não de libélulas saltitantes. Não é mesmo garotas? — Seus olhos faiscaram para elas, que apenas assentiam devagar.
— Não me venha com o seu ar de superioridade. Você perdeu, e você vai cumprir o que foi apostado. Garotas, poderiam vir um pouco mais para perto? — elas se levantaram, não sentindo nenhum pudor de se exporem da maneira que vieram ao mundo. De fato elas estavam nuas, e andavam como se estivessem com roupas. Lothus olhou para seu rival e sorriu. — Vamos, Phyreon, gema.
Ódio. Odiar era uma coisa tão simples para Phyreon, da mesma forma que cortava a cabeça de alguns, ou que outrora roubava donzelas virgens de família..
Foi certo que combinaram e compactuaram (se houvesse qualquer tipo de quebra do acordo, uma parte muito utilizável não seria mais pertencente ao corpo, mas fora dele) para ter um dia de tolerância — e que se estava dando no momento — para a realização da aposta e prêmios. Aquelas prostitutas eram as mais cobiçadas de todos os impérios. Não havia qualquer outra como elas (no quesito de beleza, claro). Mas para Phyreon, a mulher mais bela que tivera em seus braços já estava a sete palmas abaixo do chão e ele não queria relembrar aquilo. Seus olhos brilharam mais vivos.
— Eu não vou gemer.
— Essa foi à aposta. Ou você geme, ou o “Phyphy” não pertencerá mais ao seu corpo.
Phyreon poderia quebrar aquele pacto quando bem entendesse, mas preferiu não deixar as garotas com medo pelas possíveis atitudes que tomaria. Além do mais, ele detestava voltar com a sua palavra. Ele olhou ao redor na expectativa de que ninguém estivesse perto o bastante de seu quarto. Seus criados não poderiam presenciar tal coisa, seria como não manter a ordem e respeito pelo seu soberano (embora ele soubesse muito bem como reverter aquilo). Seus olhos voltaram ao seu irmão, e então para as prostitutas peladas. Phyphy, não desperte agora, pelamor, pensou enquanto admirava os contornos da terceira mulher. Ele voltou seu olhar ao irmão.
— Oh — disse Phyreon baixinho.
“Oh”? Mas que tipo de gemido é esse? Isso não foi um gemido Phyreon.
— Mas é claro que foi.
— Não, não foi. Por um momento me perguntei se você estava entalado — Lothus se virou para as prostitutas. — Garotas, isso é algum tipo de gemido de meretriz? — perguntou; elas negaram. Phyreon esperava que uma delas o fitasse por mínimos segundos, a fim de fazê-las mudar de opinião apenas com o seu olhar, mas não teve sorte. Lothus voltou sua atenção a Phyreon.
— Viu? Agora gema.
— Oh-oh.
— Oh-oh? Você está rindo? — Phyreon fuzilou-o com o olhar, Lothus sequer piscou.
— Garotas — ele virou em direção à ruiva, mas notava as três —, ensinem a ele como realmente se geme.
Elas se entreolharam e sorriram. Não se passou mais de dois segundos até elas gemerem.
Oh, oooooh.
— Oh! Hmmmmmmm. Oh, oooooooooh!
— Oooooooooooooooooooh! OH!
Lothus voltou sua atenção para ele, uma de suas sobrancelhas estava arqueada. Phyreon estava um pouco agitado, não por ter que imitar uma prostituta, mas por ver que o “Phyphy” iria despertar se elas continuassem a fazer qualquer movimento sinuoso e obsceno. Sim, elas haviam feito um gesto bastante obsceno, mas Phyreon não queria que fosse citado.
— Viu como se faz?
— Se você me pedir para fazer isso novamente, Lothus, juro pela falecida que não sobrará nem o seu pó para contar história.
— Deixe de lenga-lenga, e faça logo.
Phyreon olhou para as prostitutas, para o irmão, ou melhor, rival, suspirou todo o ar que conseguiu conter e expeliu-o fazendo gemidos e sons que nem mesmo Lothus havia escutado em um período anterior.
Antes que o irmão de Phyreon dissesse qualquer coisa o trovão estrondou lá fora como forma de aviso, mas não adiantou. As risadas das prostitutas vieram logo a seguir, assim como a de Lothus, que chorava alegremente pela situação em que tinha deixado o seu (nem tanto) irmão e (mais) rival.
Você está fudido, Lothus.
Um sorriso interior nasceu em seus olhos. Vocês já estão já fudidas pelo Phyphy, vadias. Phyreon se pôs de pé. Mais trovões soaram lá fora, e ele percebeu um relâmpago. Seus “convidados” estavam, agora, sérios e em silêncio. O brilho dos seus olhos era mais que visíveis; Lothus notou. E aquilo só significava uma coisa.. Eu estava ferrado, pensou ele consternado.
  






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