O Orbe de Reidhas, Spin-off #1 | Capítulo XI







XI 

— Você está descabelado. – Pyro tirou os olhos de um livro.
Theo passou direto e foi até o guarda-roupa.
— Disse alguma coisa? – ele olhou Pyro, que arqueou as sobrancelhas.
O mago quis dizer algo, mas achou melhor não. Lyra deveria parar de usar batom vermelho, é muito chamativo, e inconveniente.
Depois que Theo entrou para a ducha, ele riu. Mas não queria que o novo amigo sofresse por causa da irmã, o que eventualmente ocorreria.

Lembrou-se de Amaranthe. Queria ficar com ela, mas seu problema era semelhante ao de Lyra e Theo. Mesmo assim eles estão juntos. Por que ele não poderia?
Ela era tão bela. Isso não era justo. Pediria para Archie trazê-la no sábado, e resolveria seus problemas.


●●●


— Que foi? Viram um fantasma? – Lyra se sentou na cama e tirou o sapato. Olhou o decote. – Ah, fiquei com isso. – tirou os óculos de Theo e jogou na cama.
— Fantasma não, mas… o que você estava fazendo pra ficar assim?
— Assim como? – ela se olhou no espelho. – Ai. O batom.
— Você está descabelada também… – Liv apontou.
— Seu irmão é muito lerdo, levou meia hora para entender que eu estava agarrando ele. Acho que ele não sabia o que fazer. – Lyra se sentou em posição de lótus.
— Ele nunca teve namorada. Acho que não sabia mesmo… – Liv riu. – Ai que legal! – ela soltou um gritinho. – Agora somos cunhadas!
Lyra queria dizer algo como de jeito nenhum sua doida, mas só sorriu. Entretanto, Lílian sabia bem disso. Estava calada, certamente imaginando as consequências disso.
— Mas fiquem quietas. Seus pais descobrem isso eu estou perdida. – ela se levantou e procurou sua camisola.
— Sim senhora. – Liv assentiu seriamente.
Lyra entrou no chuveiro, sem saber por que Theo lhe provocou sensações diferentes daquelas que todos os outros rapazes – e elfos – lhe causaram.


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— Você viu meus óculos? – Theo revirou as coisas de sua mesa de desenho.
— Não. – Pyro pegou sua camisa.
Theo se virou e viu as costas dele. Havia cicatrizes, de queimaduras. Queimaduras elétricas. Pyro lhe contara sobre elas. Não quis curar com magia, para aprender a controlar a irmã, e derrubá-la antes que ela começasse a faiscar.
Suas bochechas queimaram ao lembrar-se de Lyra. Talvez estivesse sonhando com aquelas coisas com frequência demais. Aquele foi estranho, mais verossímil, os outros eram bem diferentes, improváveis e incômodos, principalmente depois de acordar. Era muito estranho, e não achava os óculos em lugar nenhum, aquilo estava lhe preocupando.
Desistiu momentaneamente e tomou seu banho. Saiu enrolando na toalha, e pegou sua camisa.
— Theo, e essas marcas roxas?
— Ainda está roxo? A sua irmã me surrou segunda-feira…
— Eu estou falando do seu pescoço. – Pyro disse com um tom debochado que lembrava muito Lyra.
Que? – ele levou a mão ao pescoço.
— Você não devia ter deixado ela te morder. Uma vez eu a peguei numa chave de braço, a vaca enfiou os dentes em mim. Ela arrancou um pedaço, e cuspiu pro lado, parecia um demônio. Ia arrancar outro se meu pai não tivesse dado um chute muito bem dado na cara dela.
Theo não estava sonhando então.
— Mas… tá muito visível? – a voz dele tremeu.
— Está. Acho que a gola da camisa não vai esconder. Bom que meu pai me ensinou umas coisas, sabe…
Pyro chegou perto dele e passou um dedo em suas marcas.
— Pronto. Cura simples. É bem útil…
Theo ficou parado no mesmo lugar por uns segundos, depois se vestiu mecanicamente.
Tudo foi verdade. Então as coisas ficariam feias. Lembrou-se de súbito onde seus óculos estavam.
Com Lyra.

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— Isso é seu. – ela pôs o par de lentes na mesa, e Theo colocou no rosto imediatamente.
Bem melhor.
Com relutância, olhou-a, a seu lado. Ela sorria. Aquele sorriso desdenhoso. Parecia procurar marcas em seu pescoço. Theo notou que as pessoas da mesa estavam diferentes. Aquela atmosfera incômoda. Aqueles olhares acusativos. Começou a se questionar por que tinha feito aquilo, mas parou. A culpa era dela.
E assim que eles viraram a primeira curva, Lyra o puxou pelo braço com sua força incomum, e lhe beijou novamente. Infernos, queria estar só sonhando. Seria mais fácil.
Eu não vou esperar vocês dois! – Lílian berrou a plenos pulmões e Theo teve medo disso.
Lílian sabia ser cruel como a prima e escondia tudo atrás da máscara de fofura? Era uma questão.
Lyra obedeceu, soltando seu pescoço e entrelaçando os dedos finos nos dele.
— Sua mão está fria. – ela perguntou como se não tivesse acontecido nada.
— Hm, é sempre assim. – sua voz soou estranha.
— Está travado, Theo? Por quê?
— Não sei. – ele suspirou. Eu só sinto que estou fazendo a maior merda da minha vida. Mas tudo bem. Ele soltou os dedos da mão de Lyra e a abraçou pelo ombro. Inclinou-se e lhe beijou os cabelos. Cheiravam bem. – eu não sei.

Em alguns metros, Archie se juntou ao grupo. Sua expressão sonhadora ao ver Liv mudou ao ver Theo.
Mudou bruscamente e sem a mínima vontade de esconder o espanto, ao contrário dos outros. Ele ficou ao lado de Theo, e quando Lyra o cumprimentou ele apenas balançou a cabeça. Olhou bem o acompanhante dela e mexeu os lábios.
“Estou tão orgulhoso de você, cara” – ele disse sem som, e ergueu o polegar.
Theo quis rir.
Quando chegaram à Academia, Theo queria estar sem os óculos. Odiava ser observado, e todo mundo resolveu olhar para ele naquele dia. Sabia que não era ele, e sim o fato de estar de mãos dadas com ela.
Lyra agia como se fosse a coisa mais normal do mundo, e não se importava com os olhares e murmúrios.
“Pegando bem, hein Theo?”
“Ô inveja”
“Vou comprar um óculos depois disso, ah se vou”
“Isso é mulher demais pra você, Steamwork”
“E eu achei que ele ia morrer virgem, quem diria” – esse foi Andy, a voz era reconhecível.
“Quando ela te chutar eu pego” – Theo tentou achar esse, mas falhou. Como assim quando ela o chutasse? Ela não ia chutá-lo.
Ou ia?
Já na primeira aula, Theo recebeu um bilhete com os garranchos de Archie.





Ele sorriu e escreveu embaixo:



A resposta veio imediatamente.



Theo colocou acentos nas palavras de Archie e escreveu embaixo:





Theo piscou. Esqueceu-se de puxar uma setinha no termo “pegano” e escrever algo como gerúnio não, seu acéfalo. É pegando. Não tinha reparado naquele detalhe sobre Lyra… olhou-a de esgrelha. Os seios fartos, a cintura fina. Pernas grossas. Os cabelos negros caindo em um corte irregular até a cintura. E as chamas azuis dos olhos. O batom vermelho acentuava toda a sensualidade, mas ela não usava. Olhava distraidamente o quadro.
Ela realmente era muito bonita.



Theo leu aquilo três vezes e corrigiu mecanicamente. Era verdade, ela ia embora e deixaria saudades. Não deveria se apaixonar, mas sabia que seria difícil. Pegou sua caneta para responder, mas segurou a respiração quando sentiu uma presença.
— Dê-me. – o professor de geografia estendeu a mão.
Theo estava acostumado a ter seus bilhetes pegos, não se importava. Não citara nomes ou lugares conhecidos. Adquirira experiência com os anos. Assim, dobrou a folha e lhe entregou, calmamente.
O professor leu e franziu o cenho.
— Quem?
— Não é daqui. – Theo mentia muito bem.
— Bom mesmo porque faria o senhor pedir desculpas públicas. – ele arrumou os óculos no rosto inexpressivo. Depois olhou Archie. – Não esperava isso de você Archibald. E realmente escreve muito mal.
Ele olhou pra baixo, escarlate. Theo sabia que não estava arrependido.
O homem rasgou a folha e jogou fora. Virou-se para o quadro, e Lyra se inclinou para Theo.
— Era sobre minha pessoa? – estava com aquele sorriso desdenhoso.
— Era. – ele sorriu de volta, e percebeu que Lyra corara.
Lyra Thrower corando era algo que ele não esperava ver. Mas gostou.


●●●


Pyro passou os dias apenas observando Lyra e Theo, ansioso pelo sábado. Archie disse que levaria Amy para visitar Varsak com eles.
O mago reparou que Lyra estava mais feliz que o normal. Não sabia se gostava disso ou não. Ele avisou Theo. Disse que ela não prestava, e que provavelmente brincaria muito com ele.
— Mas o problema é que eu estou gostando da brincadeira – foi o que ele disse.
Então Pyro deixou pra lá. Não ia interferir mais, ele que resolvesse seus problemas sozinho.
A manhã de sábado custou a chegar para ele. Saiu com todo mundo da casa, e reparou as roupas novas de Lílian e Lyra. Liv realmente brincava de bonecas com as duas.
Amy estava do lado de fora do carro, radiante como um raio de sol. Usava um chapéu claro, e um vestido delicado da mesma cor.
— Bom dia, Pyro. – o sorriso dela era maravilhoso.
Estou perdido.
Ele pegou sua mão e beijou as costas.
— Bom dia. – disse ao vê-la corar muito.
Eles se acomodaram na carruagem e a viagem foi muito curta para Pyro, que passou conversando com Amy distraidamente. Ela sempre corava quando ele a olhava por muito tempo.
Archie lhe disse que a cada dez assuntos, oito eram sobre ele, e Pyro gostou disso. Olhou as mãos entrelaçadas e as discussões sobre banalidades de Theo e Lyra e não se martirizou. Ele também queria ser feliz, nem que fosse por algum tempo.

— Então meu pai herdou os negócios do meu avô, e conseguiu superar a crise, sabe. Antes nós não tínhamos tanta terra assim. – ela alisava a flor do chapéu que estava em seu colo.
Pyro já tinha perdido metade da conversa só admirando os gestos delicados de Amy. Eles estavam embaixo de uma árvore, um tanto longe de Varsak e os outros. Amy se assustou muito com o dragão, e preferia ficar longe. Pyro não a deixou sozinha.
O cabelo dela era bem loirinho e fino, e fazia curvas graciosas. Ainda havia a fita que prendia parte das mechas. Pyro se lembrou de algo de repente.
— Quase me esqueci, eu trouxe isso pra você.
Ela o olhou. Seus olhos eram azuis bem claros. A cor não era intensa como em sua irmã, ou escura como nos seus. Era outro tom de azul, um tom angelical e delicado.
Pyro tirou a caixinha do bolso. Pedira para Lílian lhe conseguir algumas pedras preciosas lapidadas e ela apareceu com um saco cheio delas. Ele as vendeu e comprou um agrado. O resto do dinheiro ele passou para os pais de Theo sem que ele soubesse.
— O que é? – ela estava bem corada.
— Abra, oras. – ele se aproximou para ver bem a expressão dela.
Amy abriu e tirou um enfeite de cabelo. Não um comum de pedras. Era totalmente diferente do que já vira. Composto de pequenas engrenagens que formavam arabescos e flores. Todo em cobre e prata, com pequenas pedrinhas.
— Nossa, é lindo.
— Você disse que gostava de mecânica, não é?
Ela assentiu vigorosamente. Estava bem vermelha.
— Vou te dar algo também. Você vai ver. – ela riu.
— Bem, você já está me dando algo que gosto muito.
Ela o olhou, curiosa.
— O que?
— A sua companhia. – ele lhe acariciou o rosto delicadamente. – Você é linda, sabe.
Ela abaixou o rosto. Era tão tímida quanto Archie, e isso a deixava mais bela ainda.
— Não tão linda quanto a sua irmã. – ela tentou fugir do assunto.
— Ah, é sim. Lyra é bonita também, mas do jeito dela, o que não tem nada a ver com o seu. E eu acho que você corada desse jeito fica bem mais linda.
— Assim eu vou corar mais! – ela riu, pondo as mãos nas bochechas quentes.
— Você me perdoa se eu fizer algo precipitado? – ele ficou mais sério.
Ela tirou as mãos do rosto.
— Sim, claro que sim.
Pyro sorriu e se inclinou em direção ao rosto dela, e a beijou. Apenas encostou os lábios levemente, mas foi o suficiente para ela se assustar, e se separar.
— Pyro! – ela estava vermelha como nunca.
— Você disse que me perdoaria.
— Você não disse que ia fazer isso!
Ele riu.
— Não resisti. Estou encantado por você, Amy. E eu juro que se eu pudesse, te levava comigo para ser minha esposa.
Pyro viu a expressão dela ficar mais grave, e se repreendeu por falar tanto.

A alguns metros, Lyra trovejou.
— Você é um estúpido, Theo. – ela cuspiu as palavras como sempre.
— Sou, mas você não me larga. – ele virou o rosto e achou os olhos azuis dela.
Ela não teve resposta para aquilo, só corou. Theo amava quando a deixava sem graça assim.
Eles estavam deitados na grama ao lado de Varsak, olhando o céu e as nuvens. A cabeça dela apoiada em seu braço deixava uma dormência, mas ele não se importava.
— Você podia parar de me morder. É chato pedir pro seu irmão curar as marcas.
— Eu não. Você gosta, fica gemendo. – ela sussurrou.
— De dor – ele trincou os dentes. Não era só isso, mas…
— Dor, eu seeei bem que espécie de dor. Não finja que não está gostando.
— Eu não finjo. Estou gostando sim, admito. O caso são as marcas. – ele foi sincero.
— Vou tentar então.
Uma brisa fria passou.
— E você podia parar de se proteger. Eu não vou te machucar.
Lyra ficou espantada.
— O que? Como assim me proteger?
Como ele descobriu isso?
— Oras. Parece que você tem medo de gostar de mim. Vive brigando mesmo quando não quer. Tenta achar algo pra me afastar, mas não consegue. Eu sei que vamos nos separar, mas… quando chegar a hora nós vemos isso.
Ela ficou pasma com o modo como ele disse aquilo. Tranquilamente, como se não fosse nada, como se a conhecesse há anos.
— Como tem tanta certeza?
— Seus olhos. São claros o suficiente para mostrar isso. – ele fez um cafuné com a mão livre.
— Está certo. Estou tentando não gostar de você.
— Tentando, é?
Ela se levantou e o encarou. Os olhos dele ficavam mais claros ao sol, e mais belos. Lyra realmente tentava não gostar. Ela sempre fez isso, por que não agora? Mas Theo era diferente deles todos. Ele era legal, e fazia-a rir. E era consideravelmente mais bonito e gentil. E não a olhava com o mesmo medo que todos os outros sentiam. Tinha medo, mas um medo diferente.
Medo de perdê-la.
Como podia ter tudo isso só com alguns dias juntos? Lyra não sabia. Ou sabia? Certamente ele idealizou uma mulher como ela para ser sua companheira. Uma garota forte e sensual, determinada, poderosa. Lyra sabia que era assim, em partes. Ainda era humana.
Mas para ele não.
— É, tentando. Mas sabe de uma coisa? Eu não estou conseguindo. – ela se abaixou e o beijou.

Archie e Liv estavam conversando como sempre. Ele viu Pyro roubar um beijo da sua irmã, e se sentiu estranho. Depois olhou um dos lados e viu Lyra e Theo quase se fundindo de tão próximos. Lílian estava conversando com o dragão, sentada perto da boca dele.
Ele suspirou. Tinha que dar um jeito. Até Theo… se bem que foi ela quem fez tudo.
Pensou. E pensou.
Liv olhava longe, distraída. Não queria ficar perto de Lílian e do dragão, ainda tinha muito medo dele. Aquela coisa, aquilo não era normal, não era comum. Dava-lhe arrepios.
Do nada, uma flor apareceu na sua frente. Simples, que estava por aí. Só uma florzinha. Ela olhou para Archie, que ainda a segurava.
— Pra você. Posso por no seu cabelo? – ele disse rápido, e estava escarlate.
— Claro, Arch. – ela sorriu, e deixou que ele quebrasse o talo da flor e acomodasse-a em seu cabelo castanho.
E depois ele lhe beijou o rosto.
— Você é muito fofo, sabe. Por isso eu gosto tanto de você. – ela o abraçou apertado pela cintura.
Realmente ela gostava dele. Archie era um bom amigo, calmo e prestativo. Sempre ouvia suas reclamações de que não tinha amigas, e quando conseguia uma, a amizade nunca rendia. E ele sempre estava lá quando ela brigava com Theo.
— Também gosto de você, Liv. Muito. – ele acariciou seus cabelos.
Mas o tom que ele usou foi diferente. Não era o mesmo em que ela dizia que gostava dele. Era mais profundo.
Muito mais profundo.
Lavender o soltou e o olhou nos olhos claros. Ele ainda estava muito vermelho. E os olhos brilhavam de modo incomum.
Ela corou e voltou a olhar pra longe.
Estava certamente imaginando coisas… ou Archie gostava dela de outro modo.

Lílian se espreguiçou.
— E ainda bem que você está aqui, Varsak. Já pensou eu sozinha com três casais? Eu morreria de tédio… – suspirou.
Varsak murmurou qualquer coisa.
— Ah, sei. Eu estou sentindo falta dele sim, muita, pra falar a verdade. E ver esse povo todo se pegando não está me ajudando, sabe. Será que eles estão nos procurando?
Ele bufou.
— Óbvio… Só porque somos Magos Elementais. Caso contrário, não sei não.
Dessa vez ele se irritou e mostrou os dentes.
— Desculpe. Eu sei que eles me amam. E que viriam atrás da gente… mas… estamos tão longe. – ela disse tristemente.
O dragão a acariciou com o focinho enorme.
— Eu também quero acreditar que vai dar tudo certo, Varsak.

Amy abaixou a cabeça.
— É que eu não sou uma menina normal, Pyro. – disse, acanhada.
— Como não?
— Bem, eu… ah, prefiro não falar disso. Desculpe. Mas você não vai querer ficar comigo. – ela apertou as flores do chapéu.
Nunca contara a ninguém, só seu irmão sabia. Era o segredo deles… Pyro não deveria saber. Nem Liv e Theo sabiam.
— Alguma… doença? – ela viu que ele ficara preocupado.
— Não… é, digamos, comportamental. – não queria mentir para ele. – é sobre a mecânica, sabe. Eu tenho uma oficina escondida.
Não era mentira. Era uma meia verdade, não uma total mentira.
Pyro a olhou com curiosidade. Os olhos dele eram tão azuis. Escuros, azul-marinho. Eram hipnotizantes. E o beijo? Ainda sentia o calor nos lábios. A pele dele era muito quente, talvez porque ele era o mago do fogo?
— Mas isso não tem nada a ver, Amy… – ele sorriu. – você não deixa de ser atraente por causa disso. – voltou a tocar seu rosto.
— Mas… bem… é porque você não é daqui. – ela sentiu as bochechas queimarem. Não esperava essa reação. – então… ah, sou uma tola. – ela olhou para os botões da blusa dele.
— Não é. Claro que não. Eu que sou um chato insistente, mas desta vez vou perguntar: posso lhe beijar de novo? Um mais demorado dessa vez, por favor.
Amy não sabia o que fazer. Ainda se lembrava de Lyra lhe dizendo para não gostar dele, mas já era tarde demais. E ele disse que estava encantado… por ela. Ninguém nunca se encantara, talvez porque seu pai nunca deixava que saísse ou estudar em escolas mistas.
Por que não?
— Pode. Um bem demorado dessa vez. – ela sorriu, e ele juntou seus lábios nos dela delicadamente.
Quente, era muito mais quente que uma pessoa comum. As mãos que tocaram seus ombros também. Ele era delicado, seu toque era suave. Ela se separou dele para chegar mais perto, e deixar-se abraçar.
O segundo encontro dos lábios foi mais intenso, e quando ele aprofundou o beijo, ela estremeceu.
E só passou a ouvir o próprio coração golpeando as costelas.









Próximo capítulo dia 23/10/13



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HIDDEN IMAGES EVERYWHERE.




E os jogos começaram \õ/


Well, se você está perdido, gafanhoto, a luz está nessa minha journal do DeviantArt. E, claro, nas imagens escondidas.




Lembrando os pdf's tem uma imagem diferente e o primeiro tem a Apresentação :3


até a próxima minha gente.

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