[Concurso de Fanfics] Revenge, de Vinícius Littig




E o de Vinícius

=D


Revenge


Parte 1: Purgatório

O destino do cavaleiro morto é a paz. Aquele que batalhou em vida pelo bem dos outros, foi nobre e honrado, protegeu a justiça acima de seus próprios interesses... Esse conquistaria o paraíso e poderia, por ventura, tornar-se até mesmo um anjo do senhor. Mas... E o destino dos cavaleiros negros? Aqueles que queriam satisfação pessoal acima de um bem maior? Tais seres desprezíveis, por certo, seriam escravos do inferno...
...
Won ainda não sabia onde se encontrava. Tudo que se lembrava era de estar caindo. Uma profunda queda, da janela de um castelo. Era um desfiladeiro tão profundo que parecia estar acima das nuvens. Mas na metade do trajeto, suas forças se esvaneciam e ele caía em um profundo e longo sono. Um sono de que nunca desejaria ser despertado. Sua espada pesava em suas costas. Seu corpo estava limpo. Os rastros de sua vida, suas cicatrizes, haviam desaparecido. Tudo naquele lugar era limpo.
O lugar, sim... Era um espaço aberto. Um campo, com pedras espalhadas pelo local e escassas árvores em longos quilômetros. Nenhuma civilização perto, apenas a tranquilidade e a paz de um silêncio continuo, quebrado aos poucos por uma voz...
-                    Você veio. - Falou uma sua voz.
-                    Não deveria? - Perguntou Won surpreso, ao ser feito de luz que, aos poucos, surgia em sua frente.
-                    Sim, deveria. Eu estive aguardando por você, por muito, muito tempo. - O ser de luz era como fumaça, mas sua forma podia ser bem vista apesar de tudo ser branco. Tinha rosto e feições infantis. Era pequeno, de cabelos curtos e olhos bem grandes e expressivos, com bochechas grandes e, aparentemente, macias.
-                    Quem é você? - Usou de sua rispidez habitual o indômito cavaleiro.
-                    Eu? Sou seu guia. Estou aqui para levá-lo ao seu destino final.
-                    Dane-se, já percebi que estou morto de qualquer forma. O que vier está bom, apesar de eu ter uma vaga ideia de qual é o lugar que eu mereço.
-                    Sim, sabemos que vai para o inferno. A diferença é quando.
-                    Como assim? Já não estou morto? Me leve logo daqui, seu pequeno cretino!
-                    Sua morte é apenas uma etapa. Você é uma alma com assuntos inacabados e arrependimentos, não pode ir para lugar algum antes que resolva-os.
-                    Em outras palavras, vou ser um fantasma, é isso? Uma assombração. Nossa, e isso com toda a certeza vai me ajudar a resolver meus assuntos, seu pequeno pedaço de merda. Se apenas os conhecesse...
-                    Mas eu os conheço. “Estuprar Elektra, matar Elektra, matar Raikou... E o mais importante, vingar-se de Phyreon.” Listei todos eles ou faltou algum?
-                    Acrescente o desejo de estuprar e matar a você também, pequeno desgraçado.
O ser riu suavemente, não se importando com as habituais ofensas proferidas por aquele ogro. Sorriu de volta e balançou os lábios, quase que sussurrando uma provocação:
-                    E gostaria de realizar seus últimos desejos, não é?
Won sorriu de volta, como se quisesse ouvir aquilo por toda a sua vida. Ao lembrar das vidas que perdeu e aquelas que retirou, seu ódio por Phyreon só aumentava ao ponto de o cegar de dor.
-                    Deixa eu adivinhar, você é um gênio que vai realizar meus desejos?
-                    Quase. Eu darei uma nova oportunidade de viver, para fazer aquilo que quiser. O que vai fazer nessa pós-vida determinará o rumo que irá tomar. Pense nisso como um teste.
-                    Por quê?
-                    Por que apesar de tudo de ruim que já fez, um dia foi um homem honrado. Acabou sendo tomado pela fúria e pela sede de vingança. Ao final de sua vida, mergulhou em arrependimento. Portanto, não podemos determinar o caminho que acabará seguindo.
-                    Você sabe que mesmo que me dê a oportunidade eu irei para o inferno, certo?
-                    Sim, eu sei. Ou acho que sei. - Sorriu mais uma vez o anjo, sem nunca mostrar os dentes. Um sorriso enigmático, com os olhos entreabertos. - Mas somos justos, e lhe daremos mais uma oportunidade. Utilize-a para o que achar correto.
-                    Só uma coisa é correta e completamente certa nesta vida, e é chamada de vingança. Ande, me envie de volta.
-                    Seu tempo é limitado. Terá apenas três dias. Após isso, seu corpo apodrecerá e morrerá mais uma vez.
-                    Não preciso de tanto. Uma noite basta. Aliás, ganho algum poder especial com isso para me ajudar?
-                    Não, apenas o direito a ser teleportado para onde quiser.
-                    Então já sabe para onde deve me enviar. - Sorriu Won, mostrando todos seus brancos dentes.
-                    Sim, já sei disso também. Boa sorte. Sellphir!
E Won retornou à vida.

Parte 2: ira

As pedras das paredes eram familiares. Já havia estado naquele lugar antes. Suportou muitas coisas. Ser humilhado diversas vezes pelo rei, enfurecido por sua filha estúpida, repreendido por elfos... Estava no átrio de entrada do castelo. Sentia suas pernas leves por algum motivo. O ambiente inóspito daquele lugar parecia vazio. Os trovões rugiam lá fora, e a chuva forte batia nas paredes eternas daquela enorme habitação, indicando que aquele desgraçado estava ali, e estava vivo. Mas, se queria acabar com ele, aquela não era a hora, e nem o lugar...
-                    Won? - A voz de Elektra chegou aos seus ouvidos, doce como uma maçã no topo de uma colossal macieira, que nunca escalara o suficiente para pegar e deliciar-se com o fruto proibido. - Achei que tivesse morrido...
Won soltou um sorriso de satisfação que falaria mais do que mil palavras. A voz vinha de trás dele. Ao se virar, deparou-se com ela envolvida pelos braços de Raikou. Aquele moleque... Se não fosse por ele, as coisas poderiam ter tomado um rumo diferente...
-                    Pelo que parece, é necessário mais do que uma pequena queda para me matar, princesa... - Usou de ironia, olhando profundamente para os olhos daquela que estragara sua vingança. - O que aconteceu enquanto eu estive fora? O joão-pés-de-barro veio morar aqui ou é apenas impressão?
-                    Meu pai o aceitou aqui. Sugiro que seja educado com seu novo amo.
-                    Amo? Isso não me amedronta, garota... Meça suas palavras. Jamais obedecerei um zé ninguém em ascensão, seja ele seu namoradinho ou seu primo. Agora, dê-me licença. Foi uma longa viagem de volta. Ao contrário de você, não posso teleportar-me livremente. - Ria da ironia daquela mentira, e do ódio que sentia por ela ter praticado aquela magia tantas vezes com ele, o que ocasionou a mudança brusca dos últimos tempos.
Com sua típica arrogância, saiu caminhando pelos corredores, enquanto ouvia Elektra gritar infinitas injúrias em sua direção.
A noite caíra, impiedosa como sempre. Lá fora os trovões rugiam. Seu plano de vingança começava agora. Levantou-se da cama com mais energia do que nunca. Os mortos-vivos não precisam de descanso. Com passos leves, saiu pelos corredores em busca do quarto de hóspedes. Raikou dormiria ali, era mais do que óbvio.
Arrastou a porta torcendo para que suas dobradiças não rangessem. Apesar de ser apenas um mago. Se ele acordasse, teria muitos problemas. Sacou uma adaga, arrastando o aço em sua bainha e produzindo um fino chiado. Aquele era um assassinato, não deveria haver vestígio algum. Se usasse sua própria arma, com certeza seria dado como culpado. Nem todos tinham uma espada como ele.... Deveria fazer parecer um suicídio. Com a palma de sua mão, tapou sua boca e cravou um punhal com força em seu peito. Os olhos de Raikou se abriram de súbito, mas era tarde demais para qualquer esforço. Sentiu sua vida se esvaindo enquanto tentava gritar, mas era abafado pelo ambiente externo.
-                    Boa noite, doce príncipe.
E, assim que o mago da terra perdeu seu sopro de vida, Won saiu dos aposentos. Deixou a adaga ali. A primeira de suas três noites estava longe de terminar, e aquela morte o deixara repleto de desejo sexual.
Elektra dormia tranquilamente com sua pequena camisola de cetim, coberta por finos lençóis de seda. Não sentia mais frio algum, as tempestades de Rhayton a acostumaram. Enquanto isso, Won a observava, indagando como, COMO ele conseguiria estuprar a filha de seu maior inimigo. Aqueles belos e volumosos seios o atraíam como a chama de uma fogueira atrai as moscas. Pensou consigo mesmo por minutos ali parado, apenas observando-a.
Com um punhal em mãos, aproximou-se de sua cama, e foi então que notou. Marcas. Quase as mesmas feitas em seu pai. A desgraçada agora era imortal... E isso o enchia de ideias cada vez mais sádicas... Bastaria ela não usar suas magias...

parte 3: luxúria

Com suavidade, amordaçou-a. Tomou suas mãos, de pele suave e macia, e prendeu seus punhos à cabeceira da cama. Devia ser delicado e cuidadoso, ou iria estar encrencado. Por fim, abriu suas pernas e amarrou-as aos pés da cama com os lençóis. Esperava que não houvesse mais perigo. Só então, tirou suas roupas e as jogou em qualquer canto.
Passou a língua por suas delicadas coxas, avistando por fim a calcinha rendada que usava. Puxou-a para baixo vagarosamente, esperando que ela acordasse apenas na melhor parte. Ela mantinha os pelos devidamente aparados. “Higiênica”, pensou, “mas prefiro as mais selvagens”. Passou seus lábios em sua virilha, ainda sentindo o suave aroma de flores dos banhos que a princesa tomava.
Elektra acordou com a respiração quente em suas partes íntimas. Para sua surpresa, viu-se atada. Estava meio sonolenta ainda e, em uma mistura de sono com prazer e o escuro da sala, pensou olhar para baixo e ver seu amado primo ali. “Cansou-se de esperar”, sussurrou em seu cérebro enquanto a língua lisa e úmida de seu violador tocava sua área mais sensível, fazendo com que se contorcesse de prazer. “Ótimo, eu também”. Embalada por lambidas em seu clítoris, fechou os olhos e aproveitou o orgasmo, que veio rápido. Afinal, em seus sonhos, seu amado fazia um sexo oral digno de nota, e o prazer do ato proibido misturado a violação de seus direitos a deixava ainda mais excitada.
Won sentiu o gozo quente daquela que um dia tanto desejou escorrer para sua boca. “Safada, está aproveitando.” Ainda sem dizer uma palavra, para guardar o melhor momento para depois, colocou três dedos de vez dentro do sexo de sua dama, arrancando gemidos e tirando sua virgindade. Um pouco de sangue escorreu por seus dedos enquanto ele imaginava o quanto aquilo não condizia com a personalidade de vagabunda da futura rainha. Fez um movimento com seu braço, colocando e tirando os dedos vagarosamente. Também movia-os dentro dela, deixando-a cada vez mais lubrificada e excitada. Com a outra mão, passou a se masturbar. Tudo aquilo que estava acontecendo... Por certo, era o instante mais prazeroso de sua vida. Faltava apenas uma coisa para deixá-lo completo.
Ao arrancar mais um orgasmo daquela vadia, estava em seu ápice. Não aguentava mais, precisava entrar dentro dela. Ergueu seu corpo e o deixou entre suas pernas abertas, colocando o membro rígido em contato com a lubrificada vulva da filha de seu odiado mestre. Esfregou-o ali, deixando escorrer por sua glande um pouco de esperma. Estava em seu limite. Penetrou-a com ardor, arrancando dela um grito abafado pelo pano em sua boca. Colocou sua mão esquerda no seio direito da estuprada, ainda que por cima da camisola, e o apertou violentamente. A outra mão agarrou-se a cintura daquela vadia, que deixava seu líquido lubrificante escorrer por suas coxas, tamanho o tesão de ser violentada.
-                    Raikou... Raikou... - Suspirava.
Won decidiu não falar nada. A engravidaria de um filho seu e faria com que pensasse que fosse de seu finado namorado que, após o sentimento de culpa, suicidou-se com uma adaga cravada no peito. Tudo saíra melhor do que o planejado. Moveu seu quadril com velocidade. Apesar das muitas prostitutas que o consolaram após a morte de sua querida esposa, aquele ato sexual era mais prazeroso. O enorme seio esquerdo de Elektra balançava com vigor. Lágrimas escorriam de seus olhos: Dor e prazer eram obtidos em união. Já tinha perdido a conta de quantos orgasmos teve desde o momento em que aquela deliciosa língua experimentara seu sabor.
O guerreiro deixou com que seu gozo adentrasse o útero de Elektra, acabando com o ato consumado. Retirou seu pênis quase flácido da cavidade vaginal da violada. Retirou a mordaça de sua boca e colocou seu sexo em sua boca, fazendo-a experimentar do sabor dos dois unidos. Elektra lambeu com prazer. Sempre quisera atos sexuais loucos, apenas esperara a oportunidade certa. Após ela limpar o lambuzado órgão de Won com sua língua e saliva, o cavaleiro negro a deu um beijo de língua e deixou os aposentos, deixando-a ali..

parte 4: vingança

Todo aquele prazer... Sim, era a última noite de sua vida. Três dias? Não precisava de tudo aquilo. Podia muito bem finalizar tudo aquilo em uma noite. E agora era o momento mais importante de sua vida: a parte final de sua vingança. Rumou para o aposento do rei. Não haveriam guardas o importunando ali aquela hora da noite. Ele já sabia de sua presença, estava certo. E de tudo que iria fazer. Só estranhava o fato de não ter sido impedido. Seus poderes para prever o futuro falharam ou ele … Não, não era o momento para negativismo. Apesar de saber que sua morte estava arquitetada a partir do momento que pisara naquele local amaldiçoado novamente, não temia mais nada. Faria o que sempre teve vontade. Com seu pé, chutou a porta do aposento real e adentrou o salão do trono.
Phyreon o esperava. Estava sentado em seu trono com as pernas cruzadas e uma taça de vinho na mão. Um sabre repousava ao seu lado, provavelmente a arma do embate.
-                    Silêncio. Não vai querer que ninguém nos atrapalhe, não é mesmo? - Disse Phyreon antes de deliciar-se com o vinho de seu cálice.
-                    Então, sabia que eu viria?
-                    Sim, sabia. Sei de todos os passos daqueles que desejam meu mal. Após trabalhar tantos anos para mim, ainda não havia aprendido isso?
-                    Poderia ter me impedido. - Sorriu Won.
-                    Nunca gostei daquele garoto. Ele ameaça nosso reino, melhor mesmo que esteja morto. E mesmo que tenha sido incompetente em assassiná-lo (e acho que foi), agora Elektra estará grávida de um filho seu, muito provavelmente. Ou seja: A profecia jamais se cumprirá. Eu deveria é agradecê-lo, mas não creio que queira minha gratidão.
-                    Não mesmo. Se sabia que eu viria, então com certeza sabe o motivo pelo qual estou aqui, não é mesmo?
-                    Sim, sei. - Disse Phyreon, pondo-se de pé e pegando o cabo de sua espada.
Won desembainhou sua montante e colocou-se em posição de batalha. Esperara por aquele momento a muito, muito tempo. O imperador dos trovões sacou sua espada e disse com suavidade:
-                    Eu poderia muito bem usar minhas magias para acabar logo com você, mas não seria interessante. Deixarei que tente se vingar para que eu o prove como você é incapaz de me derrotar.
-                    Que sou incapaz eu já sei, mas não me importo. Quero é deixar a minha marca, em seu corpo e em sua mente. Morra, desgraçado!!
E as espadas se chocaram, soltando faíscas.

Parte final: julgamento

Phyreon apenas se defendia sem realizar maiores esforços. Os trovões da tempestade que rugia lá fora dançavam de acordo com a sinfonia de seu mestre a abafavam o som do duelo. Won colocava toda a sua fúria em seus movimentos, mas não era o suficiente. Nada podia atingir aquele desgraçado, mesmo ele e sua tremenda habilidade eram inúteis.
-                    Já sabe que não vai me vencer agora? - Disse Phyreon, abrindo um rasgo em sua cintura, fazendo com que sangue fosse jorrado da ferida.
-                    Eu sempre soube.
Won ajoelhou-se de dor, levando a mão à barriga. O rei apontou a ponta do fino aço para o pescoço de Won. Cravou-a. Won, em seu último suspiro, cravou sua arma no ombro de seu oponente.
-                    Ao menos, receba esse meu golpe de misericórdia, maldito. - Falou, engasgando-se com seu próprio sangue.
Phyreon não deu sequer um grito de dor. Ele fechou suavemente os olhos e disse:
-                    É uma pena perder um precioso cavaleiro como você.
As palavras não podiam mais sair dos lábios de Won que, dessa vez, via sua morte chegar bem mais vagarosamente que da última vez. Phyreon retirou a espada de seu cansado e quase morto servo. Virou-se de costas, fazendo sua capa esvoaçar em uma cena dramática.
-                    Adeus.
-                    Realmente, precisou de apenas um dia. É uma pena que não conseguiu seu principal objetivo.
A voz irritante daquele anjo o atrapalhou mais uma vez. Won levantou-se da grama, já envolto em vestes brancas de cetim.
-                    Não me importava com a morte dele, mesmo porque ele não morre. Mas eu consegui deixar minha marca naquele velho como ele fizera em mim. Não na mente como desejei, mas... Aquela ferida para mim foi o suficiente.
-                    Cuidaremos para que ela nunca se feche por completo, como uma recompensa.
-                    E por acaso mereço alguma?
-                    Não, mas pense nisso como um presente antes de ir para o lugar que o aguarda.
Won sorriu pela última vez. Um sorriso como de quem está conformado com o que está por vir. Aquele garoto, pela primeira vez parecia familiar. Tinha o mesmo traço de seu... Não. Era apenas coincidência. Uma estranha coincidência. O anjo sorriu de volta.
-                    Está pronto?
-                    Venho desejando esse momento de glória há muito tempo. Dê um descanso para minha alma.
-                    Então adeus, cavaleiro negro Won.
E enquanto sua alma ia ao Seol, gargalhou enquanto seus olhos soltavam lágrimas finais, marcando o fim de sua curta existência perante a fria face do tempo.







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